Rondônia: Suspeito de matar caminhoneiro com pedrada é preso, diz ministro
Idoso estava em caminhão quando foi atingido por pedra (Foto: Arquivo Pessoal)
Motorista foi atingido ao passar por bloqueio em rodovia de Rondônia.
PF nega versão de ministro e diz que suspeito de matar caminhoneiro não foi preso.
Anúncio foi feito durante coletiva de imprensa em Brasília. Suspeito e líder do grupo estão sendo ouvidos.
Por Jonatas Boni, G1 RO
A Polícia Federal (PF) negou a declaração do ministro de segurança, Raul Jungmaan, e disse na noite desta quarta-feira (30) que não prendeu nenhum suspeito de matar o caminhoneiro com uma pedrada na cabeça em Vilhena (RO). Jungmann havia anunciado sobre a prisão em rede nacional, através de uma coletiva de imprensa em Brasília (DF).
O ataque contra o idoso aconteceu durante a tarde, quando o condutor seguia sentido Comodoro (MT).
Segundo Jungmann, durante coletiva de imprensa em Brasília (DF), o principal suspeito estaria prestando depoimento e o chefe do grupo, que provocou a mobilização, também está sendo ouvido por policiais federais em Vilhena.
O ministro classificou a morte do caminhoneiro como trágica e desumana. "Esta tragédia não deveria ter acontecido no movimento, que começou de forma justa", diz.
Jungmann ressaltou que o caso de Vilhena está sendo acompanhado pelas autoridades em Brasília.
"Esta violência é um exemplo trágico do equívoco da violência política. Aqui fica um aviso: aqueles que cometeram este crime de Vilhena serão punidos na forma da lei. E todos aqueles que cometerem crimes desta forma serão punidos, pois é preciso fazer justiça", afirma.
Depois do anúncio do ministro, a PF desmentiu a declaração sobre a prisão por homicídio e diz que a única pessoa detida está sendo investigada por incentivar a manifestação dos caminhoneiros.
Ainda segundo PF, a morte de José está sendo investigada pela Polícia Civil da cidade. Procurada pela Rede Amazônica, o delegado regional Fábio Campos informou que nenhum suspeito de matar o motorista foi preso até a noite desta quarta-feira. A PRF também diz que não prendeu nenhum suspeito do homicídio.
O Ministério da Segurança Pública foi procurado pelo G1 para esclarecer a questão e ainda não teve retorno.
Foto mostra buraco em vidro atingido por pedra (Foto: PRF/Divulgação)
Segundo informações iniciais da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o veículo de José estaria passando pela rodovia, quando uma pessoa em um carro de passeio arremessou a pedra contra o parabrisa, que atravessou o vidro e atingiu a cabeça da vítima.
O Corpo de Bombeiros chegou a ir no local, mas a vítima não resistiu aos ferimentos.
Quem era a vítima
José tinha 70 anos e era morador de Jaru. Ele era casado e trabalhava de forma autônoma fazendo fretes com o caminhão.
Segundo um amigo da vítima, José não fazia parte do movimento grevista, mas respeitava o protesto dos caminhoneiros que já dura nove dias no estado de Rondônia.
Ele estava levando madeira para a cidade de Mirassol, no Mato Grosso, quando foi atacado. A família de José está em estado de choque, segundo informou um amigo ao G1 em Jaru.
Um pastor e amigo da família está acompanhando o trabalho de liberação do corpo em Vilhena.
A previsão é que José seja velado na quinta-feira (31) na Igreja Metodista em Jaru, na Avenida Brasil, em Jaru.
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